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“As nossas vidas serão obras de arte por meio do trabalho”, disse Elatia Abate em palestra em Curitiba

A Executive Search norte-americana Elatia Abate, ex-vice-presidente de recursos humanos da Dow Jones e The Wall Street Journal, esteve em Curitiba para uma palestra na manhã desta terça-feira (11) na PUC-PR. Com o tema, “Futuro de Trabalho”, Elatia falou sobre a sua jornada para entender os rumos das carreiras, das profissões e das pessoas pelo mundo.

 

Motivada por uma aventura pessoal que a fez sair do mercado corporativo, Elatia se tornou uma das principais vozes mundiais com relação ao trabalho do futuro. Com uma metodologia desenvolvida ao longo dos anos, a instrutora da Universidade de Stanford associa diretamente o trabalho à felicidade. A busca por esta felicidade é o desafio das pessoas. “A ideia de que a gente tem uma vida feliz, se não estamos felizes no trabalho, é totalmente louca. Passamos mais de 50% do nosso tempo fazendo atividades relacionadas ao trabalho. Então, a busca é por trabalho que está alinhado com aquilo que a gente valoriza”, disse.

 

Em uma primeira provocação, Elatia disse que “se o conhecido não está funcionando e o desconhecido tem potencial, sempre busque o potencial”. Mais de 85% das pessoas estão desengajadas no trabalho porque, muitas vezes, vivem uma vida que os outros acham importante. E o momento que vivemos, a quarta Revolução Industrial, é uma quebra de paradigmas como nunca visto anteriormente.

 

“É a conjunção de três elementos a tecnologia, a mudança na força laboral e o impacto na economia. Segundo uma pesquisa divulgada pela Universidade de Oxford, 50% dos trabalhos que conhecemos hoje serão substituídos por robôs e pela tecnologia. Porém, outros trabalhos irão surgir. Onde há mudanças, há oportunidades”, afirmou. A união dos três pontos está gerando uma eclosão mundial, em que há a convergência do mundo físico e do virtual, criando a conectividade absoluta.

 

A mudança sempre é uma oportunidade

O caminho para entender o novo modelo de economia é flexível porque sempre está à mercê das mudanças. Por isso na opinião de Elatia, as pessoas precisam modificar o mindset, tornando-se capitães do seu próprio destino e protagonistas de suas carreiras. “É muito importante as pessoas darem alguns passos para trás e se questionarem sobre o que querem ser, fazer, quais os impactos que querem gerar e, especialmente, tornarem-se resilientes. Este mundo que parece estar ali na frente, já está aqui hoje. O convite é para ficarmos mais curiosos, buscando a oportunidade de melhorarmos e criarmos mais valor por meio desses conhecimentos”, falou.

 

Outra mudança envolve a educação, acabou-se a era do “sabe tudo”, agora é momento de sermos alunos constantes. Elatia disse que a resiliência, mais uma vez, é fundamental pois ao invés de buscar a resposta mais correta, o ideal é percorrer os caminhos até achar aquilo que é o seu propósito. E isto pode trazer inúmeras incertezas.  E ainda há a colaboração, de um mundo escasso para um ambiente de abundância. “Todo mundo ganha, todos têm acesso. Estamos saindo do modelo de carreira escada para uma carreira mosaico, onde o trabalho voltará a ser um ato de criação da humanidade. As nossas vidas serão obras de arte por meio do trabalho”, finalizou.

 

O futuro do trabalho está dentro de você

A abertura do evento foi feita pelo diretor da Asteroide, promotora do evento, Diogo Ruiz. Ele introduziu o primeiro palestrante da manhã, o presidente da ABRH-PR, Adeildo Nascimento. Na sua apresentação, ele iniciou dizendo que cada pessoa deve tentar ser o seu próprio HUB, uma “Eupresa”. Ele crê que se não houver a humanização também nas empresas, todos estamos perdidos. “As conexões devem ser inteligentes, as pessoas não saem mais apenas para trabalhar ou executar tarefas, elas saem para se conectarem”, disse. Em sua explicação sobre o choque de gerações e culturas, Nascimento afirmou que, primeiramente, deve-se mudar a mente das pessoas para depois estender aos processos. Ele acredita que o ser humano deve usar a tecnologia ao seu favor e não tentar competir com os robôs, “nunca iremos ganhar”, atestou.

 

Emprego, aos moldes que vemos hoje em dia, está cada vez mais escasso; o que haverá é o trabalho. “Nascemos com um organograma tatuado porque o nosso sonho é a carreira tradicional, para subir os degraus da fama. Uma pessoa ocupada trabalha pelo salário, a ocupação gera o emprego. E muitas das coisas, o robô faz melhor que a gente. Mas, nós temos propósito e vocação, e assim conseguiremos usá-los a nosso favor. O trabalho transforma a sociedade”, finalizou.

 

Texto: Adriana Mugnaini (Básica Comunicações)

Fotos: Asteroide